ESPAÇO DO BORGINHO - Pedrazoli

Quem era Pedrazoli

Pedrazoli era um amigo da Turma da Quinta que trabalhou na Bosch por mais de 31 anos. Entrou na empresa em 01/ 02/1967 e saiu em 01/03/1998. Começou muito jovem pelo SENAI, se formou como ferramenteiro e também foi professor no SENAI de Campinas por muitos anos. Seu filho Júnior e sua filha Camila, trabalham na Bosch.

Pedrazoli foi setorial na AFRB onde implantou o Hiper Máster, separando os velhinhos da turma mais nova, também foi quem iniciou o Hiper Máster de futebol de campo, que disputava o campeonato da cidade e região pela liga Linfurc, fazendo parte desta diretoria.

Ele era o líder do time, determinado naquilo que queria. Eu Borginho lembro muito bem do Pedra, e hoje me bateu uma saudade.

Foi em um momento muito difícil na minha vida que ele se aproximou, me deu uma força danada, pois estava com problemas de saúde e fiquei 12 dias internado na Unicamp. Voltei para casa sem poder dirigir, dizia meu Deus e agora, e ainda por uma fatalidade do destino, minha mulher logo em seguida me deu adeus e foi embora. Não queria saber mais de ninguém, nem tão pouco jogar bola. Se alguém viesse falar qualquer coisa, não queria saber, na verdade mesmo, não queria mais viver.

Estava sozinho em casa quando tocou a campainha, sai para ver quem era, era o Pedra (era o nome que eu o chamava), chegou de mansinho como quem não queria nada, colocou a mão no meu ombro e disse: “Borginho, conte comigo estou do teu lado”. Mesmo sem eu querer, ele disse: “Não vou desistir, vou levar você para jogar no Hiper Máster”. Achei o cara que eu precisava, ele me convenceu, e voltei a fazer o que eu mais gostava.

Meus amigos da Turma da Quinta, isto eu preciso dizer, Pedra foi uma luz, que me deu o ânimo pra viver.

Na vida vivemos uma grande Filosofia, onde nos tornamos filósofos da vida ou atrofiamos nossa memória. A maior filosofia é da resignação, precisamos saber perder, perder às vezes algo  muito precioso. Há também a filosofia da partida, partir para o desconhecido, as vezes sabendo que não terá sucesso, partir sabendo que o inevitável pode acontecer partir na solidão, partir sozinho para algo que é Superior a nós!

“Partir não é fugir, mas porque aqui já foi cumprido o que o Supremo me mandou realizar”. Por isso o ser criador tem a haver com a criatura e assim por diante. Mas muito mais que isso é ser forte mesmo estando tão fraco.

Quem era Pedrazoli, ele era um cara carismático, e muito legal, nasceu no dia 15 de setembro de 1952 e faleceu no hospital Irmãos Penteado no dia 19 de março de 2005. Foi sepultado no cemitério da Saudade em Campinas, era aposentado e tinha 52 anos, morava em Campinas no Jardim das Oliveira, era casado com a Sra. Cleuza, mais conhecida como Sula. Desta união tiveram três filhos, um homem, e duas mulheres. Quando me falava do seu filho Júnior, era de arrepiar, nunca vi um pai amar tanto um filho, a ponto ver o brilho no seu olhar, tinha também uma netinha, que era a sua maior alegria, na verdade seu xodó. O hobby do Pedrazoli era jogar bola, comandar times de futebol, frequentar academia e caminhar. Mas quis o destino, de nos separar, foi embora Pedrazoli, para nunca mais voltar, onde deixou muita saudade, aos amigos e familiares.

Como canta o rei Roberto Carlos “Fecho os olhos pra não ver passar o tempo, sinto falta de você, os minutos vão passando lentamente, não consigo te esquecer”. Quem nunca sentiu saudade. É uma dor que cala no fundo da alma e não há o que possamos fazer para amenizar esse sentimento. Ela só resolve quando a razão da saudade chegar. Seja por um grande amor, ou por um amigo que partiu, para nunca mais voltar. Muitas vezes saudade nasce, nas lembranças profunda de uma grande amizade, às vezes eu tento te traduzir, mas não consigo, as meias palavras me maltratam e tento fugir. Até hoje eu não sei, e nunca vou descobrir, porque Deus leva tão cedo, quem nos fazia sorrir.

Com carinho Borges.